====== Estudos Cronológicos e Arqueológicos ======

Na área de geofísica e evolução humana, existe uma grande controvérsia sobre o início da ocupação pré-histórica litorânea, denominados de //sambaquis//. Novos resultados, oriundos de datações via AMS (//Accelerator Mass Spectrometry//) produzidas por nosso Grupo, revelam que ela pode ter ocorrido desde 8 mil anos atrás. Alguns arqueólogos e antropólogos acreditam que esse tipo de ocupação teria ocorrido há no máximo 6 mil anos. Diante desta controvérsia, nosso Grupo está obtendo dados sobre as variações do nível do mar (utilizando as técnicas de espectrometria da radiação gama natural), a fim de investigar a formação geológica de região da região sudeste brasileira, visando obter indícios que corroborem ou não com as datações já realizadas. Assim, este projeto propõe aprofundar estudos sobre a formação geológica dos depósitos de sedimentos Quaternários da costa brasileira e sua inter-relação com cronologia de sua ocupação pré-histórica.

Problema semelhante ocorre com a cronologia da ocupação Tupi-Guarani no Brasil. Análises de amostras de radiocarbono obtidas por nosso Grupo, através da técnica de AMS, revelam a ocorrência de datas mais antigas que o geralmente observado para a ocupação de populações Tupi no sudeste brasileiro. Estas datações mostram que o momento de chegada de populações Tupi à costa brasileira ocorreu muito antes do que se imaginava. Isso tem importantes implicações para as hipóteses sobre a origem e a dispersão de populações Tupi a partir da Amazônia, corroborando a hipótese de autores recentes que consideram que a expansão Tupi deve ter começado bem antes de 2000 anos BP. Assim, em continuidade a este trabalho, também estão sendo realizadas novas investigações de aspectos geológicos e cronológicos da ocupação Tupiguarani na costa sudeste brasileira, baseada em estudos da composição e de datações de amostras de utensílios cerâmicos e de sedimentos com o auxílio das técnicas de espectrometria gama e de termoluminescência (TL). Assim, este trabalho pretende compreender de forma conjunta e sistemática as condições naturais que propiciaram a presença e as rotas de expansão das primeiras ocupações na faixa litorânea brasileira.

Estes trabalhos estão sendo realizados em parceria com pesquisadores do Museu Nacional da UFRJ.